Anticoncepção – Métodos Hormonais

Continuação de Anticoncepção e Contracepção…

MÉTODOS HORMONAIS

1 – ANTICONCEPCIONAIS HORMONAIS ORAIS (PÍLULAS)

É o método mais difundido e usado no mundo. As pílulas são consideradas um método reversível muito eficaz e o mais efetivo dos métodos reversíveis dentre as medidas medicamentosas. Os anticoncepcionais orais podem ser combinados (estrógeno + progestágenos), ou constituídos apenas de progestágeno (minipílula).

1.1 – ANTICONCEPCIONAIS ORAIS COMBINADOS

São comprimidos que contêm estrogênio e progestogênio associados.

Todos os comprimidos têm a mesma dosagem.

As pílulas combinadas são divididas basicamente conforme a dose de etinilestradiol:

ANTICONCEPCIONAIS ORAIS COMBINADOS

O progestágeno das pílulas pode variar entre o levonorgestrel, gestodene, desogestrel ou acetato de ciproterona.

Alguns progestágenos podem levar algumas pacientes a efeitos semelhantes aos dos hormônios masculinos (acne, seborréia).

Na realidade os anticoncepcionais combinados são semelhantes entre si.

O seu médico lhe ajudará a escolher o anticoncepcional ideal para você.

1.2 – ANTICONCEPCIONAIS ORAIS TRIFÁSICOS

São as pílulas que contêm estrogênios e progestágenos associados, porém em doses que variam com o decorrer da dosagem dos comprimidos (comprimidos de cores diferentes). Esta variação tenta imitar as variações hormonais do ciclo normal.

Contém etinilestradiol (estrogênio) e levonorgestrel (progestágeno) na sua composição.

Mecanismo de ação dos anticoncepcionais orais combinados e trifásicos

As pílulas inibem a ovulação e este é o seu principal mecanismo de ação. Além se serem anovulatórias, as pílulas promovem a alteração do muco cervical, da motilidade tubária e do endométrio.

Como utilizar os anticoncepcionais

Os anticoncepcionais combinados devem ser iniciados no primeiro ou no segundo dia do ciclo menstrual e tomados diariamente, preferencialmente no mesmo horário, durante 21 dias. Quando acaba a cartela faz-se uma pausa de uma semana, quando geralmente ocorre a menstruação.

SE NÃO OCORRER A MENSTRUAÇÃO, SEU MÉDICO DEVERÁ SER AVISADO

No 5º dia do ciclo, ou uma semana após a ingestão do último comprimido da cartela anterior, uma nova cartela deve ser iniciada independente da menstruação já ter parado ou não.

Em casos de esquecimento da pílula , esta deve ser tomada tão logo a mulher se lembre. Quando perceber que esqueceu de tomar a pílula só quando for tomar a próxima, a paciente deverá ingerir as 2 pílulas juntas (a do dia anterior e a do dia), e de preferência deverá associar outro método anticoncepcional até a próxima menstruação.

Não podemos esquecer que quando a mulher apresenta vômitos ou diarréia a eficácia do anticoncepcional diminui. Quando a paciente usar outras medicações, principalmente aquelas que são metabolizadas no fígado, a eficácia também pode diminuir.

A pílula é muito eficaz em evitar a gravidez e ainda possui outros efeitos benéficos: diminui a incidência de doenças benignas da mama, de cistos ovarianos funcionais, protege contra a doença inflamatória pélvica, diminui o risco de anemia por sangramento menstrual, é eficaz no tratamento da dismenorréia (menstruação dolorosa). Protege contra a osteoporose, evita gestação ectópica (fora do útero), diminui o risco de carcinoma endometrial e ovariano. e também regulariza o ciclo menstrual.

Não é recomendada a pausa no uso da pílula , embora muitas mulheres acreditem que a pausa é necessária. Na verdade, essa atitude além de não trazer nenhum benefício, expõe a mulher ao risco da gestação indesejada. Só se interrompe o uso da pílula quando existe o desejo de gestação, quando a anticoncepção não é necessária ou pela presença de efeitos adversos maiores. Não se deve suspender o uso de anticoncepcionais devido ao aparecimento de efeitos adversos menores como náuseas, vômitos, enjôo ou sangramentos irregulares, pois estes sintomas desaparecem em 2 ou 3 ciclos de uso.

Efeitos adversos dos anticoncepcionais:

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Spots, ou sangramentos em pequena quantidade durante o uso da cartela, geralmente ocorrem nos primeiros meses de uso. A paciente deve estar tranqüila de que estes sangramentos não significam que a pílula terá eficácia menor
Amenorréia, ausência de menstruação no intervalo da cartela. Pode acontecer, entretanto, deve ser descartada a presença de gestação. Amenorréia pode ocorrer porque a dose dos anticoncepcionais pode ter sido insuficiente para promover o crescimento do endométrio
Aumento de peso: talvez seja o efeito citado pelas pacientes que mais provoca o abandono do método. Entretanto, os estudos com anticoncepcionais de baixa dose não demonstraram haver aumento significativo do peso. O médico deve reforçar a verdadeira razão para as variações de peso: necessidade de dieta e exercício físico.
Cefaléia (dor de cabeça), irritabilidade, nervosismo, aumento do fluxo vaginal, dor e ingurgitamento mamário, acne, náuseas, vômitos.

Contra-indicações relativas ao uso dos ACO combinados

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presença de fatores de risco para tromboembolismo
passado de icterícia grave
aleitamento materno
depressão
cefaléia
epilepsia
diabete mélito
hipertensão arterial

Contra-indicações absolutas ao uso dos ACO:

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Tromboflebite, doença tromboembólica, doença cerebral vascular, obstrução coronariana ou história passada dessas doenças
Doença hepática grave: sempre que houver alteração das enzimas hepáticas estrogênios são contra-indicados.
Câncer de mama diagnosticado ou suspeito.
Gestação ou suspeita de gestação.
Fumantes com mais de 35 anos (discutível com os ACO de menor dose).

1.3 – MINIPÍLULAS – PÍLULAS SÓ COM PROGESTOGÊNIOS

São comprimidos que contém apenas progestogênio. Seu mecanismo de ação é a alteração do muco cervical (evitando a penetração dos espermatozóides), alteração da motilidade tubária e a inadequação provocada no endométrio. É menos eficaz que a pílula combinada. Sua maior indicação é a anticoncepção durante a amamentação, pois esse método parece não interferir com a produção de leite materno. Nesse tipo de anticoncepcional não se faz pausa. Está indicado também para mulheres que têm contra-indicação ao estrogênio presente na pílulas combinadas.

2 – ANTICONCEPCIONAIS INJETÁVEIS

2.1 – ANTICONCEPCIONAL HORMONAL – INJETÁVEL COMBINADO.

São de uso mensal e combinam estrogênio e progestágeno. Têm eficácia similar aos anticoncepcionais orais combinados. São utilizados naquelas pacientes que não conseguem se lembrar de usar a pílula diariamente ou têm intolerância gastrointestinal aos hormônios. Para algumas pacientes têm a vantagem de ser usado apenas uma vez por mês.

2.2 – ANTICONCEPCIONAL HORMONAL – INJETÁVEL SÓ DE PROGESTERONA.

0 mais usado é o acetato de medroxiprogesterona, 150 mg a cada três meses. Seu efeito anticoncepcional é por inibição da ovulação e atrofia endometrial. É, dos métodos reversíveis, o mais eficaz. O efeito adverso mais comum é o sangramento irregular e a amenorréia (ausência de menstruação). É contra-indicado em pacientes que desejam engravidar a curto prazo, pois após o uso pode haver ausência de ovulação por prazos longos (de até 12 meses). É também muito utilizado por pacientes que estão amamentando.

3 – IMPLANTES HORMONAIS – ANTICONCEPÇÃO DE LONGA DURAÇÃO

O implante subdérmico de levonorgestrel – um progestágeno – é chamado NORPLANT. É um método de contracepção hormonal que só contém progestágeno. Desde 1990 este método foi liberado para uso nos Estados Unidos, entretanto já era usado há mais tempo em outros países.

O Norplant é um sistema que consiste em 6 cápsulas que contém levonorgestrel. Este progestágeno é liberado lentamente das cápsulas tendo duração de 5 anos, desde a inserção.

Cápsulas de norplant

Cápsulas de norplant

 

Cápsulas subdérmicas de levonorgestrel

Cápsulas subdérmicas de levonorgestrel.

Mecanismo de ação: O implante de levonorgestrel inibe a ovulação, tem ação sobre o muco cervical e provoca atrofia de endométrio.

Indicações:

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Para espaçamento entre as gestações. Método indicado para pacientes que desejam espaçamento maior entre as gestações (duração de 5 anos)
Desejo de um método altamente eficiente
Mulheres que esquecem de usar o anticoncepcional oral
Mulheres com história de anemia e de sangramento abundante.
Mulheres que não desejam mais gestar, entretanto não estão dispostas a realizar um método definitivo.
Pacientes com algumas doenças crônicas que necessitam anticoncepção eficaz.

Contra-indicações absolutas:

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Tromboflebite ou tromboembolismo no momento (ativo)
Sangramento vaginal não diagnosticado
Tumores benignos ou malignos do fígado
Câncer de mama

Contra-indicações relativas:

São aquelas contra-indicações que o seu médico decidirá com você se o método poderá ou não ser utilizado.

Vantagens:

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É muito eficaz. A taxa de falha no primeiro ano é de 0,2 % e no 5º ano 1,1%
Não é necessária a lembrança de uso diária
Não contém estrogênio, logo é preconizado para aquelas mulheres que tenham contra- indicação ao uso de estrogênios.

Desvantagens:

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Freqüentemente ocorrem spots (sangramentos vaginais em pequena quantidade e irregulares)
Muitas pacientes não menstruam nos dois primeiros anos de uso.
Para colocação é necessária anestesia local com um pequeno corte de aproximadamente 0,2 cm.
A retirada também é feita mediante um pequeno procedimento cirúrgico.
Os implantes são visíveis e palpáveis